Unindo e promovendo a profissão da radiologia
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Uma entrevista com a presidente eleita do Colegio Interamericano de Radiología.
Nota do editor: no Mês Internacional de Conscientização do Câncer de Mama, o blog Everything Rad entrevistou a Dra. Beatriz González Ulloa, que é a presidente eleita do Colegio Interamericano de Radiología (CIR), além de vice-presidente e sócia-fundadora da Sociedad Iberoamericana de Imagen Mamaria (SIBIM).
Qual é a missão do CIR?
O Colegio Interamericano de Radiología (CIR) é uma associação médico-científica ibero-americana fundada em 1943. Ele é formado por 25 países, cada um deles representados por uma associação nacional. Nesses 25 países, há aproximadamente 60 mil radiologistas registrados. Os idiomas oficiais são espanhol, inglês e português.
A principal missão do CIR é:
- unir os grupos de radiologia nacionais e os especialistas médicos que os compõem;
- promover a qualidade técnica, científica e humana da prática radiológica em benefício dos pacientes;
- monitorar o desenvolvimento profissional dos radiologistas nos campos científico, ético e social.
Quais são os desafios enfrentados pelos radiologistas atualmente?
- usurpação da prática por outras especialidades;
- inteligência artificial;
- novas tecnologias em nossa especialidade;
- frequentes atualizações em softwares e equipamentos; e
- disparidades de orçamento para a aquisição de novas tecnologias.
A América Latina enfrenta desafios específicos em comparação com outras regiões do mundo?
Nossos desafios são a desigualdade tecnológica e educacional nos diferentes países que integram o CIR. Para ajudar nesse aspecto, os países-membros do CIR que contam com mais recursos apoiam aqueles menos desenvolvidos. Eles fazem isso ao capacitar radiologistas por meio de bolsas de estudo, professores visitantes e outras iniciativas.
As ferramentas radiológicas mudam com frequência. Como isso afeta a formação e o treinamento?
Vivemos com o permanente desafio de nos manter atualizados com relação às novas tecnologias. É difícil que todos os países tenham acesso às atualizações tecnológicas no mesmo ritmo, mas há alguns padrões internacionais que podem reduzir essas diferenças.
Como o CIR ajuda os radiologistas a se atualizarem quanto às tecnologias em transformação?
Nós os apoiamos por meio da formação médica contínua, seja de modo presencial ou virtual. Nesse âmbito, temos o Curso de atualização do CIR, a Conferência do CIR, o Programa de professores visitantes, a Visita do CIR, a Sessão CIR-RSNA em espanhol, workshops práticos, a plataforma virtual de radiologia e publicações. Estamos organizando nosso próximo congresso conjuntamente com a Federación Mexicana de Radiología e Imagen, que será realizado de 9 a 12 de dezembro em Mérida, no estado mexicano de Iucatã. O congresso será um evento híbrido em decorrência da pandemia da Covid-19.
Além disso, o CIR oferece bolsas avançadas a jovens radiologistas, programas de certificação e recertificação. Também contamos com centros de excelência para formação médica contínua, cujo acesso está disponível por meio de bolsas de estudo para jovens radiologistas associados de todos os países integrantes do CIR.
A missão do CIR inclui aprimorar a “qualidade humana” da prática profissional. O que isso significa e por que é necessário abordar esse aspecto específico?
É importante enfatizar a importância do relacionamento entre médico e paciente, além do relacionamento interpessoal entre clínicos gerais e especialistas que encaminham pacientes ao departamento de imagem. A ideia é eliminar o “radiologista invisível” e tornar os relacionamentos mais próximos.
A expressão radiologia com mais “qualidade humana” também se refere à proteção radiológica voltada para o paciente. Isso inclui programas globais como LatinSafe, EuroSafe, Image Wisely, Image Gently, entre outros.
Para encerrar, há algum outro assunto que gostaria de comentar?
Gostaria de lembrar aos leitores que outubro é o “Mês de Prevenção do Câncer de Mama”. É importante mencionar que, como todos os exames radiológicos, a mamografia e a ultrassonografia da mama devem ser realizadas por especialistas em radiologia e imagem.
Já está comprovado que uma mamografia anual realizada com qualidade e analisada por radiologistas salva vidas. Quanto menor o tumor, menos agressivo será o tratamento e melhor será a qualidade de vida e a taxa de sobrevivência das mulheres.
Convido todas as mulheres com idade a partir de 40 anos a fazerem mamografia e incentivo suas amigas a fazerem exames anuais também. Peço que os homens que estejam lendo divulguem campanhas de exame a suas parentes, amigas, colegas e em seu círculo social.
A Dra. Beatriz González Ulloa é presidente eleita do Colegio Interamericano de Radiología (CIR), vice-presidente e sócia-fundadora da Sociedad Iberoamericana de Imagen Mamaria (SIBIM), e ex-presidente da Federación Mexicana de Radiología e Imagen (FMRI), do Consejo Mexicano de Radiología e Imagen (CMRI) e do Colegio de Radiología e Imagen de Jalisco (CRIJ). Atualmente, é professora da FMRI e do CIR. #conscientizaçãosobreocâncerdemama #breastcancerawareness #CIR